segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Humano e Selvagem


Imóvel, observo teus movimentos,
andar altivo,
despercebida fragilidade.
Pobre de ti, tão satisfeito,
vazio de ti mesmo,
preenchido por tão parcos saberes.

Atenta, percebo tua aproximação,
falar estridente,
truculenta inconveniência.
Pobre de ti, tão orgulhoso,
Inconsciente de ti mesmo,
enaltecido por tão fugazes conquistas.

Amedrontada, sinto tua voracidade,
desejar ilimitado,
contagioso egoísmo.
Pobre de ti, tão exibido,
oculto de ti mesmo,
estimulado por tão frívolos interesses.

Resignada, espreito tuas chagas,
dissimular seguro,
enganosa aparência.
Pobre de ti, tão adornado,
doente de ti mesmo,
envenenado por tão contagiosas vaidades.

Serena, sucumbo aos teus golpes,
ceifar impiedoso,
infecundo materialismo.
Pobre de ti, tão saciado,
morto de ti mesmo,
apodrecido por tão ignominiosos valores.

4 comentários:

  1. Bonito... Talvez o que mais tenha gostado das últimas coisas que li de ti... Dá quase vontade de saber quem seria ela...

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  2. Lindo!! Sensibilidade impar... Fácil identificar a inspiração! Claro como cristal! Parabéns!
    Desprover-se do ego, este é o caminho!

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