quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mãe




Uma nova oportunidade,
e me ofereço para ti.
Envolvido em teus braços, ainda oníricos,
derramo gotas de um sentimento revivido.

Um novo mergulho,
e me recolho em ti.
germinando em teu líquido, ainda escasso,
moldo a forma do instrumento recebido.

Um novo despertar,
e me reconheço em ti.
Respirando em teu colo, ainda jovem,
resgato reminiscências de experiências esquecidas.

Um novo aprendizado,
e me protejo em ti.
Desenvolvendo sob teus cuidados, ainda inseguros,
percebo ondas de um amor despertado.

Uma nova ruptura,
e me distancio de ti.
Desafiando sob teus conselhos, agora sábios,
lapido arestas de um caráter construído.

Um novo amadurecer,
e agora cuido de ti.
Sustentando as tuas fragilidades, agora evidentes,
devolvo parte da grandiosidade recebida.

Um novo declinar,
e sinto o vazio de ti.
Alimentando a tua lembrança, agora dolorida,
liberto apegos de uma alma preparada.

Um novo expirar,
e me conforto em ti.
Esvanecendo em teu acolher, agora etéreo,
caminho extático para o retorno esperado.

Tela: "Mãe e Filho", de Gustav Klimt

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